O planejamento era ousado, assim tem sido nos últimos anos mas o Brusque ainda não colhe resultados do investimento que fez para 2011. Novos patrocinadores, uma contratação de peso aliada ao retorno de alguns jogadores mesclados com a base do clube deixaram o time na dependência de apenas uma vitória no último jogo da 1ª fase para que a classificação às semifinais do Campeonato Catarinense se tornasse fato. O jogo era fora de casa e a Chapecoense também brigava pela vaga. Ficou com ela. Mas o Bruscão ainda tinha o artilheiro da competição, Têti.
Por poucos dias...
O Santa Cruz contratou o destaque do elenco dois dias antes da estreia do time na Copa do Brasil. O Brusque ainda sairia perdendo para o Atlético-GO nos primeiros minutos de jogo no Augusto Bauer. Sofrimento que felizmente durou pouco para a torcida pois William, duas vezes, e Aloísio Chulapa viraram o placar para 3x1 ainda no primeiro tempo. Os goianos conseguiram descontar na segunda etapa e esse gol seria fundamental para a desclassificação dos catarinenses no jogo de volta.
Resumo da participação do Brusque na Copa do Brasil 2011 (Gravação: Dane Souza / Fonte: SporTV - Rede Globo)
Mesmo jogando com aplicação, o Bruscão não conseguiu segurar o Dragão e sofreu o gol que não podia aos 17 minutos do 2º tempo de jogo no Serra Dourada. Os goianos avançam pelo critério de gols marcados fora de casa e vão enfrentar o Coritiba. O Brusque traz à tona o pesadelo vivido 17 anos atrás quando após empatar fora de casa com o União Bandeirante (do Paraná), perdeu o jogo de volta no Vale e ficou pelo caminho em sua primeira participação no torneio. Aquele ano aliás, não traz saudade nenhuma à nenhum brusquense pois após ser Campeão Catarinense e da Copa SC em 1992, foi rebaixado (junto com o vice, Avaí) na edição em que defendia o título estadual e viu a chance de enfrentar o Grêmio na competição nacional escapar lentamente de suas mãos.
Os primeiros meses do Tricolor em 2011 (Montagem: Dane Souza / Fotos: Site Oficial & Frutilau)
Além do returno no Catarinense, o Brusque tem também a Série D do Campeonato Brasileiro para disputar no segundo semestre. Oportunidade derradeira para Aloísio Chulapa e seus comparsas escreverem seus nomes definitivamente na história do clube. Ele sempre será lembrado, de qualquer forma. Mas ao contrário de Viola, ficaria marcado por ter simplesmente jogado bola.
Santa Bola
domingo, 6 de março de 2011
quarta-feira, 2 de março de 2011
Tigre na Liberta...
Em menção ao Campeão do Turno, lembramos que no próximo domingo de Carnaval serão completos 19 anos passados após a épica estreia de um time catarinense na Copa Libertadores da América. O feito foi histórico, o Criciúma de Luiz Felipe Scolari já chamara atenção ao bater o Grêmio na final da Copa do Brasil em 1991. Levir Culpi comandava o Tigre no ano seguinte e o primeiro jogo seria em casa, contra o São Paulo de Telê Santana.
Felipão iniciou a revolução que deixava lotado todos os jogos no Heriberto Hulse. (fotos: Gazeta Press / DaleTigre)
3x0 para os donos da casa. O semi-massacre no Heriberto Hulse quase demitiu o treinador paulista, que vinha de três derrotas consecutivas e havia perdido de 4x0 para o Palmeiras no final de semana anterior. Telê continuou... e seu time colocaria fim a uma trajetória surpreendente protagonizada pelo time catarinense no cenário internacional. O Criciúma ganhou do San José e empatou com o Bolivar em La Paz. Venceu todos os jogos em casa e perdeu apenas para o São Paulo no Morumbi. Acabou a 1ª fase na liderança do grupo, 4º melhor na classificação geral. Nas oitavas, passou pelo Sporting Cristal vencendo os dois jogos e cairia apenas nas quartas-de-final, quando combateu de igual-pra-igual com seu rival da primeira fase por uma vaga nas semifinais
Alguns jogos do Criciúma na bela campanha da Libertadores '92 (fonte: Rede OM - créditos: Tigrelog.net / FuteboldoTigre.com / leotricolor533)
O Tigre acabou em 5º na classificação final. Fez história em parâmetros locais mas como se viu no vídeo acima, tinha perfeitas condições de surpreender ainda mais, já que o último campeão brasileiro do torneio sul-americano havia sido o Grêmio, em 1983.
O Criciuma colhe em campo o fruto do bom planejamento que tem feito fora dos gramados. Antenor Angeloni completa neste mês, 1 ano à frente do clube. Sua primeira atitude quando re-assumiu o Tigre foi quitar todos os salários atrasados. O time voltou à Série B e já está garantido na final do Catarinense e na Copa do Brasil do ano que vem.
Quem esteve na elite do futebol brasileiro até 2004 volta a requerer o seu espaço. Escrevam que se o bom comando que o clube vem tendo continuar, o Criciúma não demora para voltar ao cenário nacional e deixar seu torcedor ainda mais contente. Sempre com a lembrança de que, embora por alguns meses, foi um dos maiores destaques do continente.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
O Verde Metropolitano
Criado em 2002 sob desconfiança da apaixonada torcida blumenauense, o Clube Atlético Metropolitano conquistou definitivamente seu espaço e vem escrevendo uma história de relativo sucesso através dos anos. Garantiu acessos, disputou a Série C do Campeonato Brasileiro e o seu primeiro jogo fora de Santa Catarina foi também fora do Brasil, quando conquistou seu 1º título profissional (e internacional) ao derrotar clubes de Áustria e da Suíça no torneio comemorativo ao centenário do clube austríaco. Porém, a torcida ainda espera por performances convincentes dentro de seu próprio estádio, onde tem deixado escapar a classificação para as fases decisivas dos campeonatos que disputa.
Em 2004, o técnico da equipe era Tadeu Martins, pai do jogador Diego Tardelli. O atacante ainda era promessa do São Paulo quando visitou o clube para conhecer as condições de trabalho de seu progenitor. Houve quem apostasse em um improvável acerto mas tudo não passou de rumores. Fato surpreendente e consumado foi a contratação de Ronaldo Giovanelli, ex-goleiro do Corinthians, chegando para a disputa da Divisão de Acesso rumo à elite do Estadual do ano seguinte. A campanha não teve brilho e o arqueiro deixou o clube no 2º turno mas a equipe conquistaria seus objetivos até o final da temporada.
Diego Viana marca o 100º gol do clube na derrota para o Camboriuense / Ex-goleiro corinthiano defende o gol do Metropolitano em 2004 (Arquivo: Dane Souza)
Aquele ano ainda traria agitação nos bastidores. O São Paulo tinha um projeto para a criação de uma 'Equipe B' em parceria com algum time de Santa Catarina. Metropolitano e Hercílio Luz, de Tubarão, foram contactados mas nada saiu do papel.
O time teve participações tímidas em seus primeiros Estaduais. Trouxe o famoso meio-campista Richardson (ex-Vasco) para ajudar na estreia em 2005 mas a equipe verde acabou em 7º lugar. Foi 6º em 2006 e 8º em 2007. Começou a bater na trave em 2008, quando ficou em 4º e conseguiu a vaga para a Série C do Campeonato Brasileiro no ano seguinte onde não passou da 1ª fase. Foi lanterna do turno e 3º do returno em 2009, mas o vice-campeonato da Copa Santa Catarina rendeu nova participação no cenário nacional com a classificação à Série D de 2010.
Campanha do Metrô na Série D em 2010 (Fonte: VerdaoMetropolitano / lobaoecp / DelgadoEC / kitfestanews)
O Metropolitano terminou a primeira fase na liderança com apenas uma derrota, mas outras duas vieram quando não mais era permitido e o "Verdão" foi atropelado pelo Operário-MT no mata-mata. Forma de disputa que já havia maltratado os torcedores no Estadual quando após suada classificação para as semifinais do 1º turno, o clube foi eliminado ao empatar com o Joinville em jogo único na casa do adversário. Tudo estava encaminhado para uma nova classificação no returno mas três derrotas nas últimas três rodadas, sendo duas em casa (para Brusque e Avaí) tiraram o Metropolitano da disputa.
No último domingo, a derrota em casa para o Imbituba deixou as semifinais do Catarinense 2011 mais distantes, os próximos dois compromissos são fora de casa.
Os blumenauenses esperam por um bom returno. Com todo o respeito, sabemos que o time é verde, mas ainda falta ficar maduro.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Parabéns ao Imbituba - caçula completa 4 anos
crédito das fotos: site oficial (http://www.imbitubafc.com.br/)
No primeiro dia de fevereiro em 2007, era fundado o Imbituba Futebol Clube. Tendo a águia como mascote, o time teve seu primeiro uniforme inspirado no modelo utilizado pela Sampdoria, da Itália. Firmou parceria com o CFZ de Zico no ano seguinte e em 2009 conquistou a maior glória de sua história, sagrando-se campeão da Divisão Especial (Série B) do Campeonato Catarinense e conseguindo acesso à elite do estadual.
Resumo da participação do clube na Divisão Especial de 2009 (créditos: ci1128 / abrahaosmf / titonfernandes)
O desempenho em seu primeiro campeonato principal foi razoável, manteve um desempenho regular em seus domínios e foi premiado com a 4ª colocação na soma dos dois turnos. Rompeu na sequencia sua parceria com o CFZ, alegando que o clube de Zico não estava cumprindo o que era esperado do acordo.
Não fez uma boa campanha na Copa SC, disputada entre maio e julho, e terminou na lanterna da competição após perder todos os jogos. Tomou 4x0 para a Chapecoense no turno e no returno, teve que engolir um 6x0 para o Joinville na Arena e no último jogo, perdeu por 6x1 em casa para o Figueirense-B.
Curiosamente, as contratações mais renomadas aconteceram após a quebra da parceria com Zico. O clube contratou o consagrado Muller, craque do São Paulo e da Seleção Brasileira nas décadas de 80 e 90, para comandar a equipe. Trouxe também o veterano Arílson, que fez história no Grêmio de Porto Alegre e para guardar o gol, contratou Sérgio, o eterno reserva de Marcos no Palmeiras.
O desempenho em 2011 tem sido tímido e pacato. Empatou 3 partidas, perdeu uma e venceu outra. A vitória foi contra o Avaí em plena Ressacada e a torcida aguarda ansiosa por novos títulos e novas conquistas. E podemos perceber, por sua breve e recente trajetória, que a cidade localizada no sul do estado não terá apenas mais um figurante como participante dos campeonatos. Eles vieram pra ficar.
Pré-temporada e principais momentos do Imbituba no Catarinense 2011 até esta data (créditos: TV Pioneira / TVBV Joaçaba / futvideos / Diário do Sul Web)
No primeiro dia de fevereiro em 2007, era fundado o Imbituba Futebol Clube. Tendo a águia como mascote, o time teve seu primeiro uniforme inspirado no modelo utilizado pela Sampdoria, da Itália. Firmou parceria com o CFZ de Zico no ano seguinte e em 2009 conquistou a maior glória de sua história, sagrando-se campeão da Divisão Especial (Série B) do Campeonato Catarinense e conseguindo acesso à elite do estadual.
Resumo da participação do clube na Divisão Especial de 2009 (créditos: ci1128 / abrahaosmf / titonfernandes)
O desempenho em seu primeiro campeonato principal foi razoável, manteve um desempenho regular em seus domínios e foi premiado com a 4ª colocação na soma dos dois turnos. Rompeu na sequencia sua parceria com o CFZ, alegando que o clube de Zico não estava cumprindo o que era esperado do acordo.
Não fez uma boa campanha na Copa SC, disputada entre maio e julho, e terminou na lanterna da competição após perder todos os jogos. Tomou 4x0 para a Chapecoense no turno e no returno, teve que engolir um 6x0 para o Joinville na Arena e no último jogo, perdeu por 6x1 em casa para o Figueirense-B.
Curiosamente, as contratações mais renomadas aconteceram após a quebra da parceria com Zico. O clube contratou o consagrado Muller, craque do São Paulo e da Seleção Brasileira nas décadas de 80 e 90, para comandar a equipe. Trouxe também o veterano Arílson, que fez história no Grêmio de Porto Alegre e para guardar o gol, contratou Sérgio, o eterno reserva de Marcos no Palmeiras.
O desempenho em 2011 tem sido tímido e pacato. Empatou 3 partidas, perdeu uma e venceu outra. A vitória foi contra o Avaí em plena Ressacada e a torcida aguarda ansiosa por novos títulos e novas conquistas. E podemos perceber, por sua breve e recente trajetória, que a cidade localizada no sul do estado não terá apenas mais um figurante como participante dos campeonatos. Eles vieram pra ficar.
Pré-temporada e principais momentos do Imbituba no Catarinense 2011 até esta data (créditos: TV Pioneira / TVBV Joaçaba / futvideos / Diário do Sul Web)
sábado, 29 de janeiro de 2011
Parabéns ao JEC - 35 anos
Amigos da Santa Bola que rola em terras Catarinas, hoje não podemos deixar de prestar uma homenagem a um dos mais jovens e vitoriosos times do futebol local.
O Joinville Esporte Clube, popularmente chamado de JEC, completa 35 anos no dia de hoje. Nasceu da fusão entre os rivais Caxias e América, dois times da cidade que enfrentavam graves crises durante a década de 70.
O Tricolor já nasceu vencedor, sendo campeão do primeiro Campeonato Catarinense que disputou. Em dez anos, juntou mais títulos que os 2 clubes que lhe deram origem em 65 anos de história. Passou também a frequentar o cenário nacional, permanecendo na elite do futebol brasileiro entre 1977 e 1986. Possui também o feito inédito de conquistar um octacapeonato regional, entre 1978 e 1985.
Os anos 90 trouxeram um período inédito onde o clube se viu sem títulos, sem perspectivas e sem participações que merecessem destaque. Mesmo as participações na Série B do Campeonato Brasileiro não resultaram em nada significativo.
O Joinville Esporte Clube, popularmente chamado de JEC, completa 35 anos no dia de hoje. Nasceu da fusão entre os rivais Caxias e América, dois times da cidade que enfrentavam graves crises durante a década de 70.
O Tricolor já nasceu vencedor, sendo campeão do primeiro Campeonato Catarinense que disputou. Em dez anos, juntou mais títulos que os 2 clubes que lhe deram origem em 65 anos de história. Passou também a frequentar o cenário nacional, permanecendo na elite do futebol brasileiro entre 1977 e 1986. Possui também o feito inédito de conquistar um octacapeonato regional, entre 1978 e 1985.
Os anos 90 trouxeram um período inédito onde o clube se viu sem títulos, sem perspectivas e sem participações que merecessem destaque. Mesmo as participações na Série B do Campeonato Brasileiro não resultaram em nada significativo.
alguns jogos do JEC durante a Série B de 1996 (Arquivo: Dane Souza)
O Clube se viu esperançoso quando em 2004, inaugurou a Arena Joinville como seu novo Estádio. O tradicional Esnestão chegou ainda a ser usado durante a participação na 2ª divisão daquele ano, mas o rebaixamento e o mau desempenho nos anos seguintes fizeram com que a conclusão da obra fosse embargada.
resumo da campanha tricolor em 2004, sua última participação na 2ª Divisão (Arquivo: Dane Souza)
Após o vergonhoso "rebaixamento" no Catarinense de 2007, a volta por cima está sendo ensaiada para esta nova década. Ficou em 3º lugar no Estadual de 2010 e conseguiu retornar à Série B devido a irregularidades na escalação de seu algoz, o América-AM. Com a contratação do badalado meia Ramón Menezes, o tricolor espera reviver seus dias de glória e no dia de seu aniversário, não poderíamos deixar de parabenizá-los e lhes desejar sucesso.
Parabéns pelos 35 anos, JEC!
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
In Memoriam: BEC (Blumenau Esporte Clube)
Existem muitas formas de se maltratar um torcedor. Campanhas inexpressivas, rebaixamentos, goleadas sofridas... frustrações extremamente dolorosas de engolir. Mas nenhuma delas é tão sofrida como a extinção de um clube.
O futebol na cidade de Blumenau começou em 1919 e conseguiu acumular um incrível histórico de vice-campeonatos estaduais. O Brasil FC conquistou os vices de 1927, 1928 e 1932. Em 1933 foi campeão em cima do Figueirense mas teve o título caçado sob acusação de escalação irregular de um jogador. Em 1936, passou a se chamar Recreativo Brasil e ao final da 2ª Guerra, após lei federal, mudou de nome para Palmeiras. O time que vestia verde perdeu as finais do Catarinense em 1947 e 1955. Por outro lado, em 1919 também nascia a Sociedade Desportiva Blumenauense, que em 1949 se transformou em Grêmio Esportivo Olímpico e com o Palmeiras, fez clássicos inesquecíveis na cidade. O time grená conquistou um estadual em seu primeiro ano de disputa com o novo nome, foi campeão catarinense em 1949 e 1964 além de vice em 1970.
Em 1980, o Olímpico já tinha desativado seu futebol profissional mas emprestou suas cores para o nascimento do Blumenau Esporte Clube, fusão entre o Grêmio Esportivo e o Palmeiras incentivada por empresários dispostos a investir alto em nome de maior valorização da cidade, que se destacava como pólo têxtil no Vale do Itajaí.
O BEC, como carinhosamente era chamado por sua torcida, chegou às semifinais do Estadual de 1981 e perdeu para o Avaí a decisão de 1988. Como vice-campeão, participou da primeira edição Copa do Brasil no ano seguinte. Passou pelo Operário de Mato Grosso do Sul e na fase seguinte, enfrentou o Flamengo em Blumenau e no Maracanã.
reportagem da RBS TV mostra um resumo da história do Blumenau Esporte Clube (Arquivo: Dane Souza)
O Tricolor da Alameda ainda participaria com destaque da Série B nacional nos anos que viriam. Foi desclassificado nos pênaltis pelo Criciúma em 1989. Em 1990 foi novamente até a segunda fase e acabou em 12º quando relatos afirmam ter sido absurdamente prejudicado nos confrontos contra o Guarani de Campinas. Disputou ainda a Terceira Divisão (sem muito destaque) em 1992, 1994, 1997 e 1998. Após o rebaixamento no Catarinense deste último ano, o BEC se viu mergulhado em dívidas e perdeu seu patrimônio para o INSS. A torcida ficou sem rumo e a cidade, sem futebol.
Novos clubes eram criados mas não chegavam nem perto de conquistar o carinho que o torcedor tinha pelo BEC. Porém, seis anos após a falência decretada, a justiça autorizou que a Associação Beneficente União do Vale retomasse os projetos e administrasse as dívidas e novas receitas do clube. O Blumenau estava de volta para disputar a série B1 do Catarinense de 2004.
vídeo mostra um breve resumo da última campanha tricolor, na B-1 de 2004 (Arquivo: Dane Souza)
O time fez um excelente primeiro turno, permanecendo bom tempo na liderança e perdendo a invencibilidade apenas no último jogo da 1ª fase, contra o Brusque. Nas semifinais, o time sofreu duas derrotas para o Juventus que tiveram consequencias muito maiores do que a perda da vaga na final. O BEC foi mal no returno e ao fim da competição, o futebol profissional foi definitivamente abortado. Investimento nenhum poderia criar novas expectativas pois as dívidas deixadas pelo clube eram exorbitantes.
O capítulo mais trágico foi quando, em 2007, após tentativa de alguns torcedores em transformar o Estádio Aderbal Ramos da Silva em patrimônio histórico, o novo proprietário, Aílton Borba, demoliu o que restava do BEC e colocou uma pá de cal em cima dos sonhos e das memórias do torcedor de Blumenau.
O clube deixa também uma interessante história em amistosos interestaduais contra consagrados clubes do Rio de Janeiro. Venceu o Flamengo (de Zico, Bebeto e Andrade) por 1x0 no SESI em 1985 e perdeu pelo mesmo placar (para o time de Djalminha) em 1991, no Aderbal Ramos da Silva. O mesmo Bebeto que perdeu para o BEC jogando pelo rubro-negro sofreu também uma derrota de virada quando, junto de Acácio e Sorato, o clube cruz-maltino engoliu um 2x1 no "Deba" para delírio dos torcedores locais. Em 1995 foi a vez de Túlio Maravilha visitar a cidade, ele não conseguiu marcar mas foi a grande atração do Botafogo que venceu o BEC por 2x0. Nada comparável à ilustre presença de Pelé, que no mesmo estádio, ajudou o Santos a massacrar o Olímpico por 8x0 em 1961.
recorte do Jornal de Santa Catarina noticiando a escalação de BEC e Botafogo (Arquivo: Dane Souza)
Hoje, o que restou do clube está entre destroços na Alameda Duque de Caxias (antiga Rua das Palmeiras) e em poder da "BEC Manguaça", torcida organizada que através de seu presidente Maicon Chartouni, já promoveu inúmeros movimentos de resgate à história do clube junto de sua cidade. O Tricolor obtém a glória de mesmo sem existir, ser melhor clube do Vale do Itajaí rankeado na CBF (em 117º com 63 pontos, o adversário mais próximo é o Marcílio Dias, em 122º, com 61...)
O BEC perdeu suas posses mas seu maior patrimônio não pode ser comprado, vendido e muito menos leiloado. Sem clube para torcer há quase 7 anos, os torcedores do Blumenau manterão o clube vivo através dos tempos e não deixarão em nenhum momento que o time fique em segundo plano com qualquer eventual glória que possa vir a ter o Metropolitano.
O futebol na cidade de Blumenau começou em 1919 e conseguiu acumular um incrível histórico de vice-campeonatos estaduais. O Brasil FC conquistou os vices de 1927, 1928 e 1932. Em 1933 foi campeão em cima do Figueirense mas teve o título caçado sob acusação de escalação irregular de um jogador. Em 1936, passou a se chamar Recreativo Brasil e ao final da 2ª Guerra, após lei federal, mudou de nome para Palmeiras. O time que vestia verde perdeu as finais do Catarinense em 1947 e 1955. Por outro lado, em 1919 também nascia a Sociedade Desportiva Blumenauense, que em 1949 se transformou em Grêmio Esportivo Olímpico e com o Palmeiras, fez clássicos inesquecíveis na cidade. O time grená conquistou um estadual em seu primeiro ano de disputa com o novo nome, foi campeão catarinense em 1949 e 1964 além de vice em 1970.
Em 1980, o Olímpico já tinha desativado seu futebol profissional mas emprestou suas cores para o nascimento do Blumenau Esporte Clube, fusão entre o Grêmio Esportivo e o Palmeiras incentivada por empresários dispostos a investir alto em nome de maior valorização da cidade, que se destacava como pólo têxtil no Vale do Itajaí.
O BEC, como carinhosamente era chamado por sua torcida, chegou às semifinais do Estadual de 1981 e perdeu para o Avaí a decisão de 1988. Como vice-campeão, participou da primeira edição Copa do Brasil no ano seguinte. Passou pelo Operário de Mato Grosso do Sul e na fase seguinte, enfrentou o Flamengo em Blumenau e no Maracanã.
reportagem da RBS TV mostra um resumo da história do Blumenau Esporte Clube (Arquivo: Dane Souza)
O Tricolor da Alameda ainda participaria com destaque da Série B nacional nos anos que viriam. Foi desclassificado nos pênaltis pelo Criciúma em 1989. Em 1990 foi novamente até a segunda fase e acabou em 12º quando relatos afirmam ter sido absurdamente prejudicado nos confrontos contra o Guarani de Campinas. Disputou ainda a Terceira Divisão (sem muito destaque) em 1992, 1994, 1997 e 1998. Após o rebaixamento no Catarinense deste último ano, o BEC se viu mergulhado em dívidas e perdeu seu patrimônio para o INSS. A torcida ficou sem rumo e a cidade, sem futebol.
Novos clubes eram criados mas não chegavam nem perto de conquistar o carinho que o torcedor tinha pelo BEC. Porém, seis anos após a falência decretada, a justiça autorizou que a Associação Beneficente União do Vale retomasse os projetos e administrasse as dívidas e novas receitas do clube. O Blumenau estava de volta para disputar a série B1 do Catarinense de 2004.
vídeo mostra um breve resumo da última campanha tricolor, na B-1 de 2004 (Arquivo: Dane Souza)
O time fez um excelente primeiro turno, permanecendo bom tempo na liderança e perdendo a invencibilidade apenas no último jogo da 1ª fase, contra o Brusque. Nas semifinais, o time sofreu duas derrotas para o Juventus que tiveram consequencias muito maiores do que a perda da vaga na final. O BEC foi mal no returno e ao fim da competição, o futebol profissional foi definitivamente abortado. Investimento nenhum poderia criar novas expectativas pois as dívidas deixadas pelo clube eram exorbitantes.
O capítulo mais trágico foi quando, em 2007, após tentativa de alguns torcedores em transformar o Estádio Aderbal Ramos da Silva em patrimônio histórico, o novo proprietário, Aílton Borba, demoliu o que restava do BEC e colocou uma pá de cal em cima dos sonhos e das memórias do torcedor de Blumenau.
O clube deixa também uma interessante história em amistosos interestaduais contra consagrados clubes do Rio de Janeiro. Venceu o Flamengo (de Zico, Bebeto e Andrade) por 1x0 no SESI em 1985 e perdeu pelo mesmo placar (para o time de Djalminha) em 1991, no Aderbal Ramos da Silva. O mesmo Bebeto que perdeu para o BEC jogando pelo rubro-negro sofreu também uma derrota de virada quando, junto de Acácio e Sorato, o clube cruz-maltino engoliu um 2x1 no "Deba" para delírio dos torcedores locais. Em 1995 foi a vez de Túlio Maravilha visitar a cidade, ele não conseguiu marcar mas foi a grande atração do Botafogo que venceu o BEC por 2x0. Nada comparável à ilustre presença de Pelé, que no mesmo estádio, ajudou o Santos a massacrar o Olímpico por 8x0 em 1961.
recorte do Jornal de Santa Catarina noticiando a escalação de BEC e Botafogo (Arquivo: Dane Souza)
Hoje, o que restou do clube está entre destroços na Alameda Duque de Caxias (antiga Rua das Palmeiras) e em poder da "BEC Manguaça", torcida organizada que através de seu presidente Maicon Chartouni, já promoveu inúmeros movimentos de resgate à história do clube junto de sua cidade. O Tricolor obtém a glória de mesmo sem existir, ser melhor clube do Vale do Itajaí rankeado na CBF (em 117º com 63 pontos, o adversário mais próximo é o Marcílio Dias, em 122º, com 61...)
O BEC perdeu suas posses mas seu maior patrimônio não pode ser comprado, vendido e muito menos leiloado. Sem clube para torcer há quase 7 anos, os torcedores do Blumenau manterão o clube vivo através dos tempos e não deixarão em nenhum momento que o time fique em segundo plano com qualquer eventual glória que possa vir a ter o Metropolitano.
já no capítulo final, Tino Marcos vem à Blumenau e grava uma reportagem sobre os "Órfãos de Arquibancada" da cidade. Destaque para o BEC e também para o Grêmio Esportivo Olímpico. (crédito: stuartmusic)
domingo, 23 de janeiro de 2011
O RenaSCimento
O futebol catarinense vive um momento interessante. Após anos como meros figurantes, resultados em campo e contratações de peso colocam o futebol do estado como aspirante ao protagonismo.
Depois de muitos desencontros, teremos pela 1ª vez na história dos Campeonatos Brasileiros, Avaí e Figueirense se enfrentando pela 1ª divisão. O Criciúma, na elite até 2004, retornou pra segundona e a Chapecoense, que bateu na trave em 2010, disputa a Série C com grande expectativa.
Os clubes, não apenas da capital, estão se reforçando com jogadores consagrados. Depois da apostar em Viola no ano passado, o Brusque trouxe o atacante Aloísio Chulapa, campeão mundial pelo São Paulo em 2005. O Joinville fechou 2 anos com o experiente meia Ramon, campeão da Libertadores 99 com o Vasco e até o fim da última temporada, no Vitória. O Imbituba tem Muller, destaque da seleção brasileira nas décadas de 80 e 90, no banco como técnico. Arílson, ex-Grêmio, e Sérgio, eterno reserva de Marcos no Palmeiras, também estão entre os reforços da ex-filial do CFZ.
O Avaí trouxe de volta o meia Marquinhos e aposta em Rafael Coelho, recente ídolo do rival, como matador de frente. O Figueirense trouxe o rápido Breitner, do Santos, e a "eterna promessa" Lenny, atacante do Palmeiras que começou a carreira no Fluminense.
O Criciúma não apostou em reforços de peso mas o comando do presidente Antenor Angeloni tem dado resultados satisfatórios. O Tigre voltou para a Série B e começou o Estadual com o pé direito.
Joinville e Chapecoense estarão na terceira divisão do Brasileirão. O JEC enfrenta uma constante cobrança da imprensa e da torcida local, já o clube do oeste por pouco não subiu no ano passado, deixando escapar o acesso no último jogo classificatório, contra o Ituiutaba.
Os times do Vale, Metropolitano e Marcílio Dias, contam com o apoio incondicional de suas torcidas mas precisam provar em campo que podem ser competitivos. Idem para o Concórdia.
São poucas as vagas cedidas pela CBF na Copa do Brasil, Santa Catarina tem apenas duas (ocupadas em 2011 por Avaí e Brusque). O Figueirense, vice-campeão de 2007, fica de fora pelo segundo ano consecutivo...
edição mostra os principais jogadores contratados pelos clubes catarinenses no início de 2011
Que os treinadores tomem como exemplo, a fantástica trajetória trilhada pelo Criciúma de Luiz Felipe Scolari há quase 20 anos. O Tricolor da região carbonífera chegou às quartas-de-final da Libertadores da América em 1992, sendo apenas eliminado pelo São Paulo de Telê Santana, que conquistaria o mundo naqueles próximos dois anos.
Que os craques sejam bem-vindos e que dentro de campo, a santa bola jogue a favor do Estado dentro e fora dos gramados.
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